A cidade situa-se no alto de uma montanha à uma altitude de 1030 metros, e já de longe podemos visualizar a sua igreja, no seu ponto mais elevado, no seu cume, com destaque da sua imponente torre, com seu globo-campanário e a sua antena rasgando as entranhas das nuvens, lancetando os céus, como se estivesse à procura da entrada do Reino Divino.
É a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, originária de uma capela erigida em 1676 por Mathias Lopes, fundador do povoado que foi elevado à Freguesia em 1731 e à Vila em 1850, gênese do atual Município de Nazaré Paulista, um dos antigos povoados da era seiscentista e uma das primeiras freguesias da então Província de São Paulo de Piratininga.
Conforme dados de seu livro-tombo, no Arquivo da Cúria Diocesana de Bragança, deduz-se que o núcleo primitivo já estava formado antes mesmo de 1676, e que sua capela é a mais antiga da Diocese, não tendo sido desmembrada de nenhuma outra, porquanto fora interditada naquele ano, com o restabelecimento do Curato em 1682 e com os primeiros de casamentos e batizados em 1686, celebrados por seus primeiros padres, Pantaleão de Souza Pereira e Manoel Lopes.
A Disputa entre os irmãos
Conta-se, e não se sabe tratar-se de lenda ou fato, que os irmãos fundadores disputaram entre si, sobre o local a se manter a Imagem de Nossa Senhora, cada um reivindicando-a para a sua capela. Eram duas as capelas e uma só imagem. Daí, ocorreu o roubo da imagem da capela primeira, com o seu “milagroso” aparecimento no segundo local. Recuperada a pequena imagem de madeira, pacificaram-se os irmãos e acordaram quanto ao local original, no alto da montanha.
As Grandes Reformas
No final do século XIX, numa madrugada tormentosa, um raio provocou incêndio no altar da Igreja, que era talhado em madeira de lei. Acordaram os fiéis residentes na vila e, freneticamente lutaram para extinguir o fogo, transportando água em vasilhame domésticos. Realizou-se então, entre os anos de 1879 a 1882, por iniciativa do padre Nicolau Carpinelli, a primeira grande reforma da Igreja coma restauração do seu altar e com a implantação de nova torre e novos sinos. Em homenagem, foi dado o nome de Padre Nicolau a uma das ruas da cidade.
A outra grande reforma foi efetuada no período de 1949 a 1953 pelo então padre e posteriormente, monsenhor Afonso Kurschewski, que foi empossado na paróquia em 31 de dezembro de 1944, permanecendo até 1967, quando faleceu. Nos três últimos anos foi prefeito e pároco do município. Seus restos mortais foram enterrados no interior da igreja, e como gratidão e reconhecimento pelos seus feitos e dedicação ao povo e município de Nazaré, erigiu-se um busto com a sua imagem na Praça da Matriz e uma placa de bronze com seus dados biográficos na parede interna da igreja, que Poe ele fora reformada e cujas características, pinturas e afrescos, são os existentes atualmente.
Os Sacerdotes, Filhos de Nazaré
Nazaré Paulista constitui-se em fértil celeiro de vocações sacerdotais, podendo ser citados, dentre outros, os seguintes sacerdotes nazareanos:
- Pe. Salvador Cardoso de Oliveira, vigário em Atibaia de 1724 a 1737;
- Pe. Bernardino de Almeida, primo do padre Salvador, 1724, Monsenhor Sérgio Gonçalves, vigário em Nazaré em 1896;
- Pe. Emygdio José Pinheiro, ordenado em 1926;
- Pe. Francisco Rodrigues dos Santos, cônego em 1927;
- Bispo D. José Maria Pinheiro, ordenado padre em 1964 e bispo em 1997;
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